quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Lembrete...

Engraçado como tantas vezes,
no final dos dias,
nos deitamos sem pensar,
que devemos agradecer,
o simples facto de respirar...

A linha que marca o existir,
e o existir para além de...
Tão ténue , tão frágil,
e nós aqui a respirar,
de peito cheio de existir...

É só para não me esquecer ,
da minha humana fragilidade...
Não é por mal ,
sou simplesmente Humano,
e esqueço-me que um dia,
posso adormecer de vez...

E que tanta merdice,
que hoje faz um sentido tremendo,
vai deixar de fazer...
Isto é só para não me esquecer,
lembrem-me de me lembrar...
E já me esqueci do que para aqui estava a lembrar,
mas ainda bem que tenho este lembrete...

Crescer...

Existe quem pense que se cresce para cima.
Até quem pense que se cresce para os lados...

A uns crescem-lhes ideias depois dos cogumelos alucinogénios.
A outros não , nem com cogumelos nem sem cogumelos...

Ainda existe quem sonhe e pense que cresceu.
Outros acordam e não cresceram...

Uns procuram uma redenção no sonho...
Outros nem com cogumelos daqueles se redimem...

Seja, existe quem depois de talvez provar uns cogumelos alucinogénios,
julga existir o sonho da primavera em Dezembro e o Natal em Março...

Talvez julguem que nos sonhos se redimem,
e assim cresçam em qualquer direcção...

Se como dizia Shakespeare somos feitos da mesma matéria que os sonhos...
É melhor ter cuidado com o que se sonha , senão estraga-se a matéria....

quinta-feira, 25 de março de 2010

21/03

Este cheiro a terra quente molhada,
que me entra no cérebro,
que me obriga a respirar fundo,
uma e outra vez...

E sou de novo parte deste mundo de momento perfeito!!!

Sinto tantas vezes saudades deste cheiro de estio...
Que me leva fácil á infância...
Serás tu essa minha terra?
Esse odor quase maternal ,
que me leva do real ao imaginário,
no tempo que leva uma gota a cair...

Agora parece que estou vivo...
Estou vivo!!!

domingo, 21 de março de 2010

Sem palavras...

Quando o poeta fica sem palavras...

Já fazia tempo que esperava algo assim na minha vida...
Um sentimento especial... Muito especial!!!
Algo que me tira as palavras...
Mas sabe bem!!!
Hoje sinto que saí do fundo do mar...!!!
Valeu a pena ter coração e acreditar...

Estou de corpo e alma,
sem palavras...
Não consigo definir...
Estou bem ,como há muito não estava...

É para ti !!!
Quero ser para ti!!!
Sinto nas mãos o teu odor... que tanto me agrada...
Parto livre e de coração aberto...
Até já!!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lá no fundo do mar...

Lá no fundo do Mar...
Jaz uma âncora enferrujada.
Abraça-a uma amarra,
a desfazer-se em bocados...

Lá no fundo do Mar...
Jaz um coração inerte,
abraçado por cordas,
não bate, não sente...

Lá no fundo do Mar...
Jaz um sonho desfeito,
embalado por ondas,
vai-se afastando...

Lá no fundo do Mar...
Jaz o Homem sonhador,
a vida traiu-o,
afoga-se em dor...

Lá no fundo do Mar...
Jaz e ainda não voltou,
Será assim, até um dia...
Voltar a amar...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ex de ercício de imsane dades!

Caiu de barco num milheiral, choviam nabos, saiu por ali rindo de chorar.
Era essa vez, aquela em que a porta morreu de tédio e o porco ladrava como os gatos com cio!!!
Daí até nunca, foi uma volta atrás de pardal em pulo..
Riu-se dos sãos , perdidos em voltas no ar como as libelinhas no verão.
Soprava o vento de dentro para fora , eram gazes á solta , cheirava a pêssego fresco de depois de amanhã...
Deitou-se e acordou...
Batiam corações nas telhas esse dia, já não eram nabos.
Urinou contra o vento...

O menino perdido...

Já não sou o mesmo de sempre,
sou o de agora, talvez...
Já me escorreu demasiada água entre os dedos,
e tenho sede...

Acendo a luz e apago a alma,
onde vais menino?
-vou com os dedos pela parede,
em busca da porta...

Atiro pedras ás gaivotas,
e acerto em vidros de janelas partidas...
Chuto bolas de imaginação,
contra paredes reais...

Onde vais menino?
Vou brincar, que já tive tempo de ser grande...
E vou beber,
antes que a água me escorra entre os dedos...

O Indeciso

Do alto de um penhasco,
um homem contempla a sua vida,
indiferente á natureza que o rodeia,
vacila, hesita...
Olha o passado, prevê o futuro.
E por fim assume o preço a pagar.
Recua dois passos, vira costas á natureza.
Vai entregar o que for necessário,
pelo resto dos seus dias...
Em nome de uma suposta paz.
A sua dignidade dois passos atrás,
jámais voltará...
O espelho de todas as manhãs não esquece,
nem perdoa...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Confusão

Tudo confuso,
tudo estranho...
Tento ver se ainda me apanho...

Já não sei,
onde estou...
Nem o caminho por onde vou...

Umas vezes aqui,
outras ali...
Não me encontro sem ti...

Um guarda-chuva,
um casaco de napa...
Faz-te o meu mapa...

Ama-me,
ou odeia-me...
Um messias na galileia...

Dá-me um caminho,
entrega-me um rumo...
Perco-me no meio do fumo...

Um sinal,
uma indicação...
Faz-me sair desta confusão...